É cansativo.

Aventuras diárias de uma pessoa muito distraída e desastrada

É difícil essa tal de vida.

Primeiro de maio. Aqui não é feriado. Mr Broock me levou de manhã numa consulta médica (meninas, façam exercício, comam direito, etc.) e depois fomos almoçar no nosso café preferido (o Landwer). Comemos o prato de sempre, tomamos o café de sempre. But of course, né.

Fiquei com dor nas costas de tomar chá de cadeira no consultório da médica (meninos, façam exercício vocês também pra não ficarem travados); cheguei em casa e falei: “vou fazer os movimentos que o fisioterapeuta me passou”. Yukito, Presidente Celular, Grude da Mãe Dele, Coelho da Neve Laranjo, veio deitar em mim; me distraí com o ronrom, fiquei sem exercício (exercício, exercício).

Peguei o celular, engatei conversar com Pedro (estava com saudade, Pedro!). No meio da conversa fui pegar o computador pra “ver grande” os links que ele mandou. Fui ver o que a Minou, Grumpy Brazilian, Rainha da Estante, Primeira de Seu Nome, estava fazendo; quando voltei, o Pedro já tinha dado tchau.

Resolvi ver Bosch: Legacy e fazer crochê. Sentei no sofá, liguei a tevê, dei play, e começaram a passar as aventuras de Maddie e Harry (risos). Um tempo depois, ouvi uns barulhos; fui ver o que o Dream, Gato Fantástico da Espuma Mágica, Comedor de Plástico, Imperador da Penteadeira, estava aprontando (senhor amado, esse pessoal da Residência Broock só apronta!). Percebi que ele estava com a unha mui comprida; resolvi cortar.

Peguei a tesoura-de-cortar-unha-de-gato e fui correr atrás do maluquinho (só porque esses dias atrás contei pra Erika que Dream não dava show pra cortar as unhas, hoje ele resolveu dar show). Precisei acionar o Mr Viking para segurar o rapazinho, mas consegui cortar as dezoito unhinhas. Daí demos um churu: prêmio por “bom” comportamento.

Resolvi ir na minha mesa de trabalho pegar sei lá o quê. Chegando lá, não soube lá o quê, e sentei pra olhar umas fotos que marido imprimiu para eu colar no diário. Lembrei que o diário estava no quarto, porque escrevi ontem antes de dormir e não tinha trazido de volta para o escritório. Fui buscar.

No quarto, deitei na cama, pois ainda doíam as costas, e fui ver reels de gatinho no celular. Mr Broock chamou, a janta estava pronta. Fui comer. Depois de comer, resolvi procurar o computador, que lembrei que estava na daybed¹. Achei o computador, sentei na daybed, abri o whatsapp, respondi mensagens, lembrei que estava assistindo Bosch – tinha dado pausa para ver sei lá o quê que sei lá quem estava aprontando.

Levantei e fui sentar no sofá terminar de ver Bosch fazendo crochê²? Não: abri o Word e vim escrever essa croniqueta. Vou terminar de assistir o episódio hoje? Não sabemos: sempre uma incógnita.

E aí? Ficou cansado só de ler? Pois é. Imagine eu, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, vivendo altas aventuras com esse cérebro dentro da minha cabeça…

P.S.
Escrevi a cônica. Vim postar a crônica. Fui procurar uma imagem para a crônica. Fiquei meia hora navegando por sete mares internéticos até lembrar que eu abri mais uma aba no browser para procurar uma imagem para a crônica (e claro que a imagem que escolhi é a mais aleatória).

1. Daybed: um móvel que combina as características de um sofá e de uma cama, geralmente com a função principal de servir como um local de descanso durante o dia. Ou você achava que eu tinha um sofá-cama? Sou gringa, esqueci os português.

2. Eu fazendo crochê, não o Bosch. Que eu saiba o Harry Bosch não faz crochê, as far as I know.